quarta-feira, 7 de abril de 2010
Tiros. Muitos tiros.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Contradições Interiores
domingo, 7 de março de 2010
Quem sabe...
Será que sou só eu? Às vezes me pergunto se isso é tão incomum, se alguém vê do mesmo jeito. Será que sou só eu que prefiro o frio ao calor? Ou ainda o abraço ao rancor? Será que só eu me prendo à olhares? Porque me são tão fascinantes? Porque me prendo à sorrisos, palavras, carinhos. Porque me prendo a fantasmas, às almas penadas que, ainda que nunca tenham vivido de fato, são perturbadores. Será que só eu tenho lembranças ao ouvir as mesmas músicas? E será que ainda assim, depois de tudo, consegue abrir um sorriso verdadeiro e esquecer de tudo, será que sou só eu?
Palavrões me passam pela mente, ao mesmo tempo que se misturam com perfumes, melodias melancólicas e o pulsar de algo que se aproxima da raiva. Impulsivamente penso em chutar o objeto mais próximo. Controladamente dou um murro em algo sólido. Eu sei, o sol amanhã secarão as lágrimas do sereno. Eu sei, tudo sempre volta ao normal, o meu sorriso pontual, o meu riso sempre igual. Porque no rio só desce o que é leve, o pesado se junta, protege. O que fica é forte, é consistente. E é assim que termino, sempre igual, sempre diferente, sempre contraditório, irreverente. Sempre compassivo, tão solenemente. Subversivo, obediente. Compulsivo, ironicamente. Fingindo sorrateiramente, o que passa na mente.
Rima, métrica, nada expressa sentimento. Poesia é supérfluo, quando minha espinha arrepia, o coração se agita, a mente palpita, a boca saliva, os olhos também. Mas tudo, tudo volta sempre ao normal.
Como o curso de um giro, tudo sempre volta à posição inicial. Quem sabe, um dia, os parafusos se soltem, e essas rodas possam fugir livremente. Quem sabe andem em estradas planas, onde as flores não caem, onde o fogo não se apaga, onde mortos morrem. Quem sabe.
Hoje
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Óculos
Caminhando, como sempre, sem rumo e destino, encontrei um homem baixo, de pele queimada pelo sol, com um jeito engraçado de nordestino, vendendo alguns óculos escuros. Daqueles baratos, que se dá pra criança pequena, sabendo que ela vai quebrá-lo. Como o sol era escaldante, e a feição triste daquele homem me convidara, comprei o mais barato dos produtos, com uns trocados que obtivera em algum canto de alguma pequena cidade fétida.